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Mataram o Pastor. Há 50 anos.

Clemir Fernandes*

A tarde chegara e o descanso era necessário para um novo dia de luta, com encontros, reflexões, mobilizações por justiça e paz. Ele, que vinha de uma longa-curta-intensa caminhada por liberdade e outros direitos nos últimos 15 anos – com muita gente e de todas as cores – avançava com sabedoria e ousadia por um país mais justo e um mundo mais digno para todos.

Ele saiu do púlpito e foi para as ruas, pois as paredes e limites de sua igreja já não comportavam as multidões carentes de uma mensagem real de liberdade-vida, um outro nome para o Evangelho da justiça.

Mas aquele foi o último dia. As mãos dos artífices do ódio e da morte estavam prontas para agir. Após a marcha, ele descansara no hotel, em Memphis, e ia sair para jantar. Fora à cidade dar apoio à greve dos garis, negros em sua ampla maioria. Na sacada um tiro de ódio, de muita gente, matou seu corpo. Mas não silenciou sua voz, nem arrefeceu sua luta.

Martin Luther King Jr, PRESENTE!

Pastor de esperanças. Pastor de justiça. Pastor da paz. Pastor da liberdade. Pastor dos direitos. Pastor do amor. Pastor do Evangelho!

Martin Luther King, Prêmio Nobel da paz!

Martin Luther King, pastor batista, discípulo de Cristo.

No dia anterior à sua morte, em seu sermão numa igreja do Mississipi, ele falou:
“Eu não sei o que vai acontecer. Mas isso realmente não importa para mim agora, porque eu estive no topo da montanha. E eu não me importo. Como qualquer um, eu gostaria de viver uma longa vida. Mas eu não estou preocupado com isso agora. Eu só quero fazer a vontade de Deus. E Ele me permitiu subir até a montanha. E eu olhei e vi a terra prometida. Talvez não chegue até lá com vocês, mas quero que saibam que nós, como um povo, chegaremos à terra prometida.”

Bem que ele poderia estar entre nós agora, com 89 anos, caminhando conosco em muitas outras lutas pacíficas contra o racismo, a violência, a desigualdade, as injustiças.

Pastor M. L. King concluiu seu sermão: “E eu estou tão feliz esta noite. Não estou preocupado com nada. Não estou temendo nenhum homem. Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor”.

Precisa-se hoje, muito, de pastores e pastoras assim!

*Pastor batista, doutor em sociologia e membro da diretoria de Paz e Esperança Brasil

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